Prestes a ferver!

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Esse é o título de uma nota enviada para a coluna por fontes ligadas ao setor de Segurança Pública do Estado. O texto, que circula entre policiais militares, foi divulgado preservando as identidades das fontes para evitar represálias.

“Santa Catarina é o estado mais seguro do Brasil. Pelo menos, é o que ouvimos incessantemente em discursos e eventos. O governo atual repete essa frase como se fosse um troféu eterno. E, sim, os números confirmam a segurança. Mas aqui está uma verdade que não aparece nos gráficos: esses índices são fruto do esforço árduo e da valorização que as forças de segurança receberam nos governos anteriores. Agora, porém, há um problema crescente – um descontentamento que permeia todas as polícias, da base ao topo das carreiras.

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Santa Catarina lidera em segurança, mas despenca em remuneração. O estado, que se vangloria como modelo para o Brasil, trata com descaso quem sustenta esse título, oferecendo salários de “segunda linha”. Nos últimos dois governos, os policiais, da base ao topo, estiveram entre os mais bem remunerados do país. Hoje, essa realidade ficou no passado, e a distância entre o discurso e a prática não passa despercebida.

O atual governo, que criticou seu antecessor e prometeu ser “parceirão” da categoria, parece ter esquecido o que significa parceria. O silêncio ensurdecedor sobre a reposição salarial fala mais do que qualquer palavra. E, enquanto isso, os cofres públicos acumulam quase R$ 20 bilhões, com uma arrecadação em ritmo recorde (subiu mais de 15% em 2024). Ainda assim, o que se fala nos bastidores (Fazenda e Administração) é uma reposição que não chega nem perto das dos governos anteriores, ou, pior, uma “reposição linear” que soa como um placebo para um setor que sempre recebeu – e merece – tratamento diferenciado. Detalhe: uma reposição em várias parcelas!

E aqui está o ponto crítico: as forças de segurança pública não são números numa planilha. São pessoas que enfrentam o crime, garantem a ordem e sustentam a tranquilidade que o governo tanto celebra. Quando essas pessoas se sentem desvalorizadas, os reflexos aparecem: desmotivação, piora nos índices e, inevitavelmente, consequências políticas.

Enquanto Santa Catarina permanece em silêncio, estados como Paraná dão exemplo. Sob comando do presidenciável Ratinho Júnior, as forças de segurança já receberam reposições robustas. Até o Rio Grande do Sul, mesmo com todas as dificuldades financeiras, avançou. Estados do Nordeste estão melhores que SC. Aqui, porém, parece que o governo acredita que o silêncio ou as migalhas parceladas resolverão tudo. Será que não percebe o caldeirão prestes a explodir? Ou escolhe ignorar que a segurança pública é o pilar que sustenta o estado mais seguro do Brasil?

A história mostra que a segurança pública tem voz e força política. Não é por acaso que sempre apoiou quem de fato a valorizou. O relógio está correndo, governador. As eleições de 2026 não estão tão distantes quanto parecem, e os profissionais que sustentam os índices que o governo tanto exalta já perceberam a distância entre as promessas e as ações. Parece que as secretarias da Fazenda e Administração querem testar os profissionais da segurança pública. Uma reposição pífia pode ser o que falta para o caldeirão ferver!

Se a promessa de valorização conquistou o apoio das forças de segurança, o descumprimento pode ser o divisor de águas que levará esses profissionais a buscar quem realmente os respeite. Segurança pública não é só uma base eleitoral; é a base da sociedade.

A panela de pressão está chiando! Ignorar isso agora pode custar caro. Falar que Santa Catarina é o estado mais seguro do Brasil é fácil. Difícil é sustentar isso sem reconhecer, de verdade, o trabalho árduo de quem está na linha de frente. Segurança pública de excelência exige respeito e remuneração justa. Ignorar isso é um risco que nenhum governo deveria correr – especialmente um que deseja continuar governando” – Policiais insatisfeitos com tanto descaso

Fonte: https://scempauta.com.br/