Nem todo hobby precisa virar um negócio nem tudo é sobre produtividade
- Vilmar Bueno, o ESPETO
- 18 de mar.
- 2 min de leitura

Cotidiano
Tudo precisa ser um projeto, um investimento, uma oportunidade.
Se começamos a correr, já pensamos em treinar para uma maratona;
Se gostamos de cozinhar, já cogitamos fazer vídeos de receitas ou abrir um restaurante.
Nem toda paixão precisa se transformar em produtividade. Tá tudo bem fazer algo só porque te faz bem.
Nós desaprendemos a ter hobbies.
Acontece que, no processo, esquecemos que nem tudo precisa ter um propósito maior. Alguns hobbies deveriam ser apenas isso: hobbies, momentos de prazer sem pressão, sem expectativa de um resultado final.
E sabe o que é pior? Isso nos afasta da verdadeira função dos hobbies. Eles são um espaço de liberdade, de expressão genuína, um remédio para o ritmo frenético e a obsessão por produtividade que dominam nossa sociedade.
Os hobbies são essenciais para o nosso bem-estar. Eles são uma forma de recarregar, de nos reconectar com o que gostamos, sem pressão e sem um resultado final.
Estudos mostram que quem cultiva hobbies diferentes tem um menor risco de episódios depressivos e uma maior sensação de propósito. No entanto, estamos trocando o prazer da descoberta pelo peso da performance.
Há um motivo para muitas pessoas se sentirem exaustas e sem criatividade. Estamos o tempo todo fazendo, mas não explorando.
O simples ato de brincar com uma ideia, se perder em uma atividade sem pensar em retorno, é uma forma poderosa de descanso mental. Mas, para muitos, essa possibilidade parece quase proibida. Se não estivermos produzindo, sentimos que estamos desperdiçando tempo.
Percebi muito isso com a leitura, e foi algo que me policiei para mudar e tem sido muito proveitoso. Antes eu lia com um objetivo: aprender algum assunto na maioria das vezes. Mas e ler por ler, pelo ato da leitura em si?
Hoje, aprendi a ter verdadeiro prazer na leitura, pois aprendi a ler sem objetivo algum, apenas me divertir, seja o livro uma ficção, um romance ou um suspense.
Talvez, em vez de tentar transformar tudo em um projeto de vida, devêssemos nos perguntar: será que eu não posso simplesmente fazer isso porque gosto?
A vida já tem exigências demais. Permita-se fazer algo sem um objetivo final. Só por diversão. Só por você. No fim das contas, as melhores coisas da vida não são aquelas que trazem lucro ou status, mas sim aquelas que nos fazem sentir vivos.
Tire pelo menos 30 minutos do seu dia e pratique o seu hobby sem pretensão. Apenas faça!
— @Gabi
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