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Foto do escritorVilmar Bueno, o ESPETO

Liminar garante liberação de medicamentos para intubação de pacientes com Covid-19



Estado

Chegaram no início da noite desta quarta-feira (12) a São Bento do Sul, as 3 mil ampolas do medicamento Rocurônio, utilizado para intubação de pacientes com Covid-19 em leitos de UTI. O estoque do Hospital e Maternidade Sagrada Família acabou no domingo e desde então, um substituto não tão eficiente precisou ser utilizado.


A demora ocorreu por conta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que não deu sequência à liberação dos remédios. A carga comprada do Peru chegou a Florianópolis no dia 30 de abril e como nada foi feito pela Anvisa desde então, na terça-feira o consórcio de hospitais responsável pela compra ingressou na Justiça e, por meio de liminar, foi determinada a imediata liberação dos medicamentos.


O superintendente do Hospital e Maternidade Sagrada Família, Renato Figueiredo, lamentou a demora e diz não entender o motivo da falta do desenlace burocrático por parte da Anvisa diante da situação grave pela qual passam os hospitais brasileiros. Por outro lado, destaca a rápida atuação do Poder Judiciário que em 24 horas emitiu a liminar determinando a liberação dos itens. A carga recebida por São Bento do Sul, explica, deve ser suficiente para algo entre 28 e 32 dias de atendimento aos pacientes em UTI, levando como base a média de ocupação dos leitos de UTI nos últimos dias.


Renato ainda explica que o remédio segue em falta no mercado brasileiro e os preços dos poucos fornecedores são considerados abusivos. Ele explica que a importação dos medicamentos do Peru teve custo médio de R$ 40 a ampola, enquanto que no Brasil as empresas estão pedindo aproximadamente R$ 100 cada ampola. O superintendente acredita que nos próximos 20 a 30 dias a situação deva se normalizar dentro do território nacional. “Virou uma coisa fora do padrão, fora do normal. Acho que perdeu-se o controle da decência do mercado”, criticou.


Para o transporte dos remédios, explica Renato, foi necessário um procedimento especial por se tratar de item que deve ser refrigerado, tanto no transporte quanto na sua conservação. “Mas a partir de agora a gente já normaliza a situação”, disse.


Quem também comemorou a chegada dos remédios, mas igualmente lamentou a falta de atenção por parte da Anvisa foi o prefeito Antonio Tomazini. Ele lembra que a Prefeitura repassou R$ 120 mil em regime de urgência, com uma rápida aprovação por parte da Câmara de Vereadores, para que os medicamentos pudessem ser comprados pelo hospital, justamente porque estava em falta no Brasil e o estoque do Sagrada Família estava no fim. “Fizemos tudo certinho aqui, repassamos o dinheiro, realizada a compra e não fosse por esse entrave, não teríamos tido falta nestes dias”, lamentou.


Viviane de Vargas Miranda

Assessoria de Comunicação Prefeitura de São Bento do Sul

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