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A escassez de mão de obra foi tema de encontro entre Patrões e Trabalhadores

  • Foto do escritor: Vilmar Bueno, o ESPETO
    Vilmar Bueno, o ESPETO
  • 27 de mar.
  • 4 min de leitura


São Bento do Sul

A preocupação crescente com a falta de mão de obra, e principalmente mão de obra capacitada, foi a motivação do encontro entre os Sindicatos de Trabalhadores e Sindicatos Patronais realizado na Câmara de Vereadores de São Bento do Sul, nesta quarta-feira, 26. O evento reuniu representantes dos trabalhadores dos setores do comércio, indústrias e serviço público.


A iniciativa foi do Fórum Sindical de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre, composto por 9 Sindicatos que representam mais de 43 mil trabalhadores das indústrias da Cerâmica, Construção e Mobiliário, Têxtil, Papel, Plásticos, Químicos, Mecânicos, Servidores Públicos e empregos no Comércio.


Todos respectivos Sindicatos Patronais foram convidados, mas compareceram representantes os Sindusmobil que representa as indústrias de construção e mobiliário de São Bento do Sul, o Sindicom que respresenta as industrias moveleiras de Rio Negrinho e do Sindicato das indústrias da Cerâmica.


Cursos

O diretor do Sindilojas e da Fecomércio Herton Scherer, destacou a necessidade de conseguir cursos on-line, para trazer o público jovem para o mercado de trabalho, concluindo que a nova geração pensa diferente dos antigos trabalhadores. “No ano passado tivemos alguns cursos através do SENAC. A Fecomércio teve no ano passado 7 cursos, mas infelizmente desses cursos, especialmente ligados ao comércio tivemos baixa adesão, mesmo sendo gratuito”, disse Herton.


Outra convidada foi a Direção de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFC- Instituto Federal Catarinse, Rosana da Silva Cuba que destacou os cursos oferecidos atualmente na região.


Transporte Público


As lideranças empresariais e trabalhistas destacaram a falta de mão de obra na região e apontaram alguns problemas cujo poder público poderia melhorar, como por exemplo, a falta de transporte público adequado. Nem a prefeitura nem a empresa de transporte procuram o empresário sobre qual é o melhor horário ou rota para seus funcionários. Sequer consulta o trabalhador sobre o tema.


Educação

Outro ponto foi a enorme quantidade de trabalhadores estrangeiros, principalmente Venezuelanos e Haitianos, que tem muita dificuldade na língua. “Eles falam desde o Francês, Inglês, ao Caboclo, até dialetos locais, o que dificulta muito a nossa comunicação. Seria importante um curso de português para que eles exerçam suas funções de forma integrada com os outros funcionários”, destacou Michaela Weiss Gschwendtner, RH da empresa Oxford.



Foram convidados ainda os prefeitos das três cidades, que acabaram não enviando nenhum representante. A falta dupla dos prefeitos, tanto enquanto representante patronal dos servidores públicos quanto como poder público para conhecer os problemas dos empresários e trabalhadores, foi evidenciada no evento.


Prestigiaram o evento o Presidente da Câmara de São Bento do Sul Gilmar Pollum (PL), e os Vereadores Rodrigo Vargas (PP), Diego Niespodzinski (MDB), a assessora da vereadora Zuleica Voltolini (PP). A Câmara de Rio Negrinho esteve representada pelo vereador Manoel Alves Maneco (UB).


Retorno reconhecimento do Sindicato pelo trabalhador


Outro fator é que o trabalhador está voltando para os sindicatos após um longo período de abstinência. “O trabalhador tem nos cobrado esses avanços da valorização, pois percebeu que sozinho ele não consegue negociar com os patrões. Às vezes não consegue sequer conversar ou saber quem é o dono da empresa e expor as dificuldades”, disse Luiz.


Airton Ainhaia, dos trabalhadores da Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul reforçou que está faltando mão de obra qualificada. “O que está faltando para construirmos juntos para melhorar para o trabalhador? Eu não tenho dúvida que tudo que colocamos na pauta é preocupação de cada um de nós”, questionou aos patrões.


Conrado Treml, presidente da CDL e do Sindilojas de Rio Negrinho, destacou que a enorme falta de funcionários, que dificulta até a seleção da mão de obra qualificada ou da não qualificada. “Antigamente a gente olhava a carteira de trabalho para saber se trabalhou muito tempo no emprego anterior e escolhia os mais estáveis. Hoje estamos aceitando quem está vindo, e não tem como saber se a pessoa fica na vaga”, comentou.


Rotatividade

O coordenador do Fórum Sindical e presidente do Siticom Rio Negrinho, Luiz Carlos Schukosky, destacou que não é apenas a falta de mão de obra e sim a rotatividade um dos problemas para se encontrar funcionários. “Se está faltando mão de obra, por que um funcionário sai de uma empresa pra ir pra outra? Criar oportunidades de crescimento nas empresas. Como pode um trabalhador da produção ficar 10 ou 20 anos na empresa e receber apenas o piso mínimo? É preciso valorizar esse trabalhador pelas suas capacidades adquiridas com a experiência dentro da empresa” avaliou.


O Sindicato das Indústrias mobiliárias de São Bento afirma já ter projetos para que os empresários possam investir na gestão e liderança nas empresas e combater a rotatividade. “Hoje nos temos hoje uma pressão enorme com a falta de mão de obra. Nós muitas vezes discutimos o Piso Salarial [mínimo], mas o salário em si que está sendo praticado é outro. Senão você não segura a mão de obra, destacou o empresário e presidente do Sindusmóbil, Luiz Carlos Pimentel.


“Muitas vezes o trabalhador troca de empresa, por que é longe e não tem transporte público adequado para se deslocar. Outras vezes, vai receber R$ 100, R$ 200 reais a mais no novo emprego. É preciso que a gerência identifique essas dificuldades para a empresa não perder um bom trabalhador”, disse Pedro Amâncio.



Novos empreendimentos devem piorar o cenário


Pedro Amâncio Machado, do Sindicato dos Comerciários falou da explosão de novos supermercados nas duas cidades da região. “O Komprão chegou já com duas lojas em Rio Negrinho e a já escassa mão de obra deve ser ainda mais intensificada com a chegada programada de mais mais duas unidades em São Bento. O Fort é outro que vai precisar de mão de obra com sua segunda loja. O maior problema da rotativade é que as empresas são boas, mas os gerentes são fracos e sem treinamento para atuar nas situações, muitas vezes as empresas perdem bons funcionários por pequenas picuinhas”, avaliou Pedro Amancio Machado.


A diretora de RH da Oxford, destacou que nem todos os trabalhadores querem trabalhar nos finais de semana. “Os novos atacadistas trabalham nos finais de semana e horários noturnos estendidos, assim como a nossa empresa. Apesar de ramos bem diferentes, é possível que vamos disputar os mesmos trabalhadores”, completou.

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